Usuários de drogas psicoativas vêm sendo apontados em diversos estudos como também pertencentes ao grupo de risco para COVID-19, devido a vulnerabilidade social e compartilhamento de instrumentos durante uso de drogas inalatórias. Tais aspectos ampliam os desafios para controle da disseminação do SARS-Cov-2 em serviços de saúde voltados a essa população. O objetivo deste estudo foi analisar a efetividade de programa de controle de infecção voltado à prevenção da COVID-19 em hospital de curta/média permanência para dependentes químicos.
MétodosO local do estudo Serviço de Atenção em Álcool e Drogas - SARAD, é o primeiro hospital publico no interior do estado de Estado de São Paulo, destinado ao tratamento da desintoxicação, a remissão de sintomas agudos e apoio a ressocialização em curto período de internação. O Programa de prevenção da COVID-19 foi instituído em sua forma atual em setembro de 2020. Ele incluiu triagem de sintomas em profissionais da saúde e pacientes, além da coleta periódica de “pools de saliva” para realização de RT-PCR.
ResultadosEntre janeiro e agosto de 2021, foram realizadas coletas mensais de “pools de saliva” de 54 profissionais assintomáticos, sendo todos os resultados negativos. Ao todo 15 profissionais desenvolveram sintomas, sendo 4 positivos em RT-PCR de swab nasal. Diversos pacientes com quadro gripal foram recusados para internação, porém 2 casos sintomáticos de COVID-19 foram identificados à admissão e prontamente deixados em precaução de contato e gotículas. Outros 3 pacientes desenvolveram sintomas da COVID-19 quando já internados e infectou 1 contactante. Os demais contatos dos pacientes com RT-PCR positivo foram mantidos em precaução por 14 dias, com swabs coletados em caso de desenvolvimento de sintomas. Ao todo, 80 pacientes testados tiveram COVID-19 excluída.
ConclusãoTendo em vista a quantidade de 6084 pacientes-dia no serviço no período do estudo, concluímos que implementação de medidas de distanciamento, orientações diárias aos pacientes de higiene e uso de mascaras, um processo de busca ativa de sintomáticos e coleta sistemática de exames dos profissionais evitou surtos relevantes da COVID-19.