A terapia Antirretroviral (TARV) melhorou a qualidade de vida, suprimiu a atividade viral e aumentou a longevidade da pessoa que viviam com HIV (PVHIV). Porém, algumas toxicidades específicas da terapia foram observadas, incluindo alterações do metabolismo lipídico e glicídico em quem a utiliza.
ObjetivosDescrever as alterações metabólicas em pessoas que vivem com o HIV/Aids durante cinco anos após início da TARV.
MétodosEstudo de coorte retrospectivo, realizado em ambulatório especializado no nordeste brasileiro, de 2014 a 2019. Trata-se do estudo piloto realizado com 30 pacientes. A coleta foi realizada por meio dos prontuários. Foram incluídas pessoas que viviam com HIV com idade superior a 18 anos de ambos os sexos, que iniciaram a TARV em 2014, com pelo menos três exames laboratoriais. Exclui-se gestante, transferências, óbitos e abandono. Para coleta de dados foram utilizados instrumentos de caracterização sociodemográfica e clínica. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em Pesquisa.
ResultadosDentre as 30 PVHIV, 73,3% eram do sexo masculino, 46,66% ensino médio completo, 70% pardos e 70% heterossexuais. Em cinco anos, houve uma quantidade média de 6,76 avaliações da pressão arterial, 7,63 de peso, 3,6 de colesterol, 3,63 glicose e 3,2 de triglicerídeos. Nos primeiro cinco anos de uso de TARV houve aumento nos valores de 30% da pressão arterial das pessoas que viviam com HIV, 73,3% no peso, 66,6% do colesterol total, 70% dos triglicerídeos e 53,3% da glicose.
ConclusõesHouve a presença significativa de alterações metabólicas durante os cinco primeiros anos do uso de TARV em PVHIV.