XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA febre hemorrágica da dengue (FHD), transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é uma doença infecciosa febril aguda cujo agente etiológico é um arbovírus com quatro sorotipos. A cada infecção subsequente, aumenta o risco de formas graves, como a FHD, que se manifesta de forma mais severa. O fator determinante na FDH é o extravasamento plasmático que pode ocorrer através da hemoconcentração, hipoalbuminemia e/ou derrame cavitário podendo evoluir para um comprometimento multissistêmico levando a óbito. Constitui um grave problema de saúde pública, por ser uma das principais causas de hospitalizações e morte de crianças em países endêmicos como o Brasil. Assim, o objetivo deste estudo é descrever o perfil dos casos notificados de mortalidade por FHD, no Brasil, de janeiro de 2018 a abril de 2023.
MétodosEste é um estudo transversal sobre óbitos por FHD no Brasil, de janeiro/2018 a abril/2023. Os dados foram obtidos através do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/SUS) utilizando os seguintes critérios: lista CID-10 em doenças infecciosas, apresentando variáveis como faixa etária, sexo, ano do processamento, cor/raça e otmail de atendimento.
ResultadosDe 2018 a 2023, 615 pessoas foram a óbito por Febre Hemorrágica pelo vírus da Dengue no Brasil, segundo o SIM/SUS, sendo que 2022 apresentou a maior contagem com 165 óbitos, enquanto 2018 apresentou a menor contagem com 55 óbitos. Com base no dados, foi possível perceber que o sexo masculino foi mais afetado que o feminino com uma contagem de 45 casos de diferença entre os sexos. A faixa etária mais acometida foi a dos adultos de 50 a 69 anos, deixando as menores contagens para as crianças de 1 a 4 anos, que apresentam 1,1% do total. Os pacientes pardos foram mais afetados, representando 44% dos 615 óbitos, enquanto a população indígena representou apenas 0,32% do valor total. O caráter de atendimento desses óbitos, mostrando que 98% ocorreram em situação de urgência, seja por procura tardia ou por manejo inadequado dentro do próprio hospital, sendo apenas 1,95% de forma eletiva e com melhor prognóstico.
ConclusãoNota-se que no contexto do caráter do atendimento, grande parte dos casos foram de urgência. Logo, faz-se imperioso o aperfeiçoamento de políticas públicas que visem o controle do vetor, o diagnóstico e manejo precoces. A realização dessas medidas tende a amenizar as complicações, os desfechos infelizes e os gastos públicos com a enfermidade.