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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
ÁREA: HIV/AIDSEP 089
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A SAÚDE BUCAL E O STATUS SOROLÓGICO DAS PESSOAS VIVENDO COM HIV EM SITUAÇÃO DE RUA
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Ana Amélia Nascimento da Silva Bonesa,b, Michele Stürmerc, Thales Gomes de Castroa, Cristina Klein Amarala, Artur Boeck Trommera, Airton Tetelbom Steina
a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Porto Alegre, RS, Brasil
b Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA), Porto Alegre, RS, Brasil
c Residência Multiprofissional em Atenção Primária à Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 26. Issue S1
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Introdução

Com 40 anos do início da epidemia, além de supressão de Carga Viral (CV), é esperado melhora da qualidade de vida das Pessoas que Vivem com HIV/Aids (PVHA), especialmente nas populações-chave. O HIV/Aids consiste em um dos principais problemas de saúde encontrados na população em Situação de Rua(SR), grupo que historicamente enfrenta dificuldades de acesso a serviços e políticas sociais e apresenta menor adesão a terapia antirretroviral (TARV). Durante a epidemia pelo COVID-19, o acesso aos cuidados de saúde pode ser comprometido e as lacunas de direitos e serviços, exacerbadas, principalmente os que envolvem o exame da cavidade oral. As manifestações são abundantes, complexas e inter-relacionadas e podem ser o primeiro sinal clínico da infecção pelo quadro de debilidade imunológica, havendo uma relação direta entre esta supressão imunológica e a ocorrência das manifestações clínicas. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a saúde bucal de PVHA em SR relacionando com o status sorológico e quadro clínico.

Métodos

Estudo transversal, com dados do monitoramento clínico da equipe de assistência do Consultório na Rua em Porto Alegre-RS, durante a pandemia pelo COVID-19. A equipe possui 5332 PSR cadastradas.

Resultados

Entre as 5332 PSR, existe o cadastro de 297 (5,6%) PVHA, sendo que 106 (35,6%) apresentam CD4 abaixo de 350, 138 (46,4%) encontram-se em adesão ao TARV e 160 (53,8%) usam esquema de primeira linha. Ainda, 136 (45,7%) perderam o vínculo ao não realizar exame de CV ou retirada de TARV no último ano. Foram avaliados 11 pacientes, apresentando idade média de 45,1 anos, dos quais 6 (55,5%) eram mulheres, sendo uma mulher trans. Quanto à raça/cor, haviam 5 pretos e pardos. Dos 10 pacientes em TARV, 100% realizou ao menos uma retirada do tratamento no ano de 2021, tendo uma média de 5,1 retiradas neste período. Entre os esquemas de tratamento, 5 (50%) usam primeira linha e 5 (50%) utilizam 3TC/TDF+ATV+RTV. Em relação à CV, 6 (55,5%) apresentavam CV indetectável. À contagem de CD4, 5 (45,4%) apresentavam valores <350. Lesões orais foram diagnosticadas em 4 (36,3%) PVHA, mas 100% necessitam de adequação bucal.

Conclusão

O trabalho interdisciplinar no Consultório na Rua evidencia a importância da avaliação odontológica da PVHA, haja visto a alta prevalência de lesões orais nessa população. Ainda, a avaliação regular odontológica é essencial para prevenir lesões orais e o acompanhamento permite um rastreio indireto do status imunológico.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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