A Tuberculose (TB) é uma patologia infecciosa transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, conhecida como bacilo de Koch, por via respiratória. Ela acomete principalmente os pulmões, mas também pode manifestar-se na forma extrapulmonar, especialmente em pacientes imunossuprimidos. A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um dos principais fatores que favorecem o desenvolvimento da doença ativa, sendo a tuberculose a infecção oportunista com as maiores taxas de mortalidade nessa população. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar o perfil epidemiológico dos casos de indivíduos com tuberculose e HIV positivo no estado do Amapá nos anos de 2018 a 2022.

Foi realizado um estudo descritivo com uso de dados secundários, coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

Durante o período de 2018 a 2022, foram notificados um total de 1.864 casos de tuberculose no Amapá. Dentre esses, 69,42% eram do sexo masculino e 30,58% do sexo feminino. As notificações aumentaram de maneira crescente durante esse período, sendo 2022 o ano com maior incidência de casos (25,23%) e 2018 o ano com menor registro de notificações (15,23%). O município com maior incidência foi a capital do estado, Macapá, com 1.487 casos registrados. Além disso, a maioria dos casos ocorreu entre indivíduos pardos (71,08%), na faixa etária de 20 a 39 anos (49,94%). Outra condição relevante é o número de casos positivos para HIV entre os pacientes com tuberculose, totalizando 155 notificações, sendo que a maioria está na faixa etária de 20 a 39 anos (61,93%), é do sexo masculino (74,19%), tem cor parda (69,03%) e faz uso de antirretrovirais (82,58%). Além disso, boa parte desses pacientes manifesta a forma extrapulmonar da tuberculose (39,35%).

Portanto, entre os anos de 2018 a 2022, a tuberculose no Amapá em pacientes portadores de HIV teve maior prevalência no município de Macapá, entre homens na faixa etária de 20 a 39 anos e pardos. Além disso, o maior registro de casos ocorreu durante o ano de 2022. Sendo assim, faz-se necessário estratégias de saúde voltadas para a detecção precoce de casos de tuberculose em pessoas que já convivem com HIV e apresentam comprometimento imunológico, a fim de reduzir a infecção que se manifesta, principalmente, na forma extrapulmonar, comprometendo órgãos e outros sistemas já fragilizados.