XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA vacina pentavalente é preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2012 e visa a proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo B. Observou-se uma queda na cobertura vacinal desse imunizante durante a pandemia de COVID-19, refletindo em surtos de doenças que até então estavam controladas, como a coqueluche. O objetivo do trabalho é analisar a cobertura vacinal da pentavalente nas capitais do Brasil entre os anos de 2018 e 2022.
MétodosTrata-se de um estudo ecológico com dados extraídos do TABNET, coletados em maio de 2023, referentes à cobertura vacinal da vacina pentavalente nas capitais brasileiras no período de 2018-2022. Os dados foram tabulados no Excel, onde foi realizado o cálculo percentual da variação da cobertura vacinal no período estudado.
ResultadosAbaixo dos índices de imunização da pentavalente preconizados pela OMS (95%), a cobertura vacinal nacional foi de 88,19% em 2018 para 68,73% em 2019, uma redução de 19,46%. A tendência de queda se mantém ao analisar os dados vacinais municipais, cujo declínio foi reproduzido em 24 das 27 capitais brasileiras, com coberturas abaixo de 60% em: Macapá (50,37%), São Luís (50,81%), Teresina (55,70%), Goiânia (56,08%) e Salvador (59,25%). Em 2020, apesar do aumento de 9,62% a nível nacional (78,35%), nem todas as capitais seguiram a tendência, como se verifica em: Macapá (32,13%), São Luís (35,80%) e Teresina (49,36%). Em 2021, o Brasil alcançou a menor cobertura dos últimos 5 anos (66,93%), padrão reproduzido em capitais como Salvador (36,74%), Macapá (38,59%), João Pessoa (45,24%) e São Luís (47,50%). Já em 2022, a cobertura foi de 68,70%, verificando-se uma tendência ascendente na maioria das capitais, mas ainda com coberturas abaixo do ideal, como visto em: João Pessoa (42,43%), Macapá (42,91%), Belém (51,97%), São Luís (56,30%) e Salvador (59,06%).
ConclusãoVerificou-se, entre 2018 e 2022, uma queda acentuada na cobertura da vacina pentavalente, sobretudo em 2019 e 2021 e nas capitais das regiões Norte e Nordeste. Em 2022, nota-se um aumento das taxas vacinais; todavia, as marcas estão distantes do ideal. Assim sendo, é necessário adotar estratégias para ampliar a cobertura vacinal, como campanhas e mutirões, com o intuito de reduzir discrepâncias regionais e socioeconômicas em prol da imunização da população contra essas doenças.