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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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UM RARO E DESAFIADOR CASO DE LEISHMANIOSE VISCERAL E COINFECÇÃO POR MALÁRIA
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Pedro Antônio Passos Amorima,
Corresponding author
medicina.amorim@gmail.com

Corresponding author.
, Luiz Felipe Silveira Salesb, João Pedro da Rocha Santosc, Rafaela Fernandes Nascimentob, Juliana Moreira Ribeirob
a Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
b Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Goiânia, GO, Brasil
c Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A malária e leishmaniose visceral (LV) são doenças tropicais que apresentam morbimortalidade significativas. A coinfecção malária e LV pode ocorrer pelas distribuições geográficas sobrepostas dessas doenças. Todavia, apenas dados limitados dessa coinfecção foram relatados e revisados. Por ser um quadro raro, o diagnóstico tardio desta condição pode levar a desfechos desfavoráveis ao indivíduo.

Relato

Foi admitida em nosso serviço, uma paciente do sexo feminino, 21 anos, previamente hígida, procedente de Ariquemes – Rondônia. A história tinha 1 mês de evolução, com febre diária, calafrios, inapetência, dor e distensão abdominal. Ao exame físico apresentava-se com palidez cutaneomucosa, emagrecimento e hepatoesplenomegalia. Em exames iniciais foram evidenciados as seguintes alterações: pancitopenia, inversão albumina-globulina, aumento discreto de transaminases, teste rápido para malária e pesquisa de hematozoários em sangue periférico positivos sugestivas de Plasmodium vivax. Sinalizado imediatamente pelo laboratório do nosso hospital presença de corpos intracelulares em macrófagos compatíveis com amastigotas de Leishmania spp. Solicitamos teste rápido para LV, sendo também positivo, levando ao diagnóstico de coinfecção. Indicado tratamento da malária com cloroquina e primaquina e anfotericina b desoxicolato para LV. Feito ajuste de dose de ambos os tratamentos de acordo com o peso e mantido seguimento conforme diretrizes nacionais. Nas avaliações posteriores a paciente apresentou cessação da febre e melhora da pancitopenia ainda no primeiro mês pós-tratamento, além da resolução da hepatoesplenomegalia após dois meses de seguimento. Como controle da malária, realizado lâminas de verificação de cura (LVC), que passaram a ser negativas desde a segunda LVC.

Conclusão

É necessário uma alta suspeição de coinfecções em indivíduos procedentes de zonas endêmicas, como relatado em nosso caso. Considerar uma abordagem das doenças endêmicas como um todo leva a diagnósticos precoces, reduzindo a letalidade de quadros semelhantes ao apresentado. Medidas como controle de vetores, triagem para as principais doenças tropicais em zonas com alta prevalência e tratamento adequado, podem levar a melhores desfechos.

Palavras-chave:
leishmaniose visceral malária coinfecção
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