Este estudo foi produzido a partir dos dados do projeto de Vinculação e Retenção de Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV), uma parceria entre Aids Healthcare Foundation, Faculdade de Medicina da USP, Centro de Referência e Testagem e Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, e busca conhecer aspectos ligados à realização de testagens rápidas e diagnóstico de HIV e Sífilis, em um Serviço de Atendimento Especializado (SAE).

Analisar o panorama de testagem rápida de HIV e Sífilis, e a incidência de coinfecção entre os resultados positivos, em um SAE, da cidade de São Paulo.

Análise quantitativa, realizado no software SPSS 26, a partir do teste de Qui-quadrado de Pearson e V2 de Cramer. A amostra foi composta por 7585 resultados de teste rápidos para HIV e 7168 amostras de Sífilis, realizados em um SAE, entre 01/20 e 12/22. Os dados foram coletados entre 02/2023 e 04/2023. CEP SMS/SP 2.241.

Dos 7585 resultados de testes para HIV, 242 foram positivos (3,2%) - [X2 (3, N = 7585) = 8,659; p < 0,05 – V2 = 0,03]. Em relação 7168 resultados de Sífilis, 358 foram positivos (5%) - [X2 (3, N = 7168) = 25,471; p < 0,05 – V2 = 0,06]. Ao correlacionar as variáveis HIV positivo x IST nos últimos 12 meses, identificou-se incidência de 27,4% da amostra com relato de IST anterior recente [X2 (1, N = 6381) = 23,347; p < 0,05 – V2 = 0,06]. Ao correlacionar as variáveis HIV e Sífilis positivos, identificou-se 47 casos, que corresponde a 19% do total de casos positivos para HIV. Ao analisar o parâmetro de contagem esperada, apresentado nos resultados de tabela de referência cruzada, a estimativa de casos de coinfecção era 1,6 casos, entretanto, o resultado apresentou-se quase 30 vezes maior [X2 (4, N = 242) = 6656,562; p < 0,05 – V2 = 0,96].

Dados oficiais apontam o declínio de casos de infecção por HIV no país. Em contrapartida, vemos aumento nos índices de detecção de Sífilis. A literatura traz que a presença de outras IST's potencializam o risco de soroconversão para o HIV, dado que corrobora os achados deste estudo, quando analisamos o índice de coinfecção e o relato de IST nos últimos 12 meses, durante a testagem atual. Campanhas de prevenção com oferta de preservativo, testagem, ampliação do uso de PEP e/ou PREP, assim como da oferta de tratamento precoce, configuram importantes medidas de controle destas infecções, reduzir a incidência de novos casos e possíveis agravos a saúde.