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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
PI 296
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OCORRÊNCIA DE AEROMONAS HYDROPHILA MULTIRRESISTENTE EM INFECÇÕES SECUNDÁRIAS DE ACIDENTES OFÍDICOS
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João Victor Soares Coriolano Coutinho, Bruno Borges Valente, Lísia Gomes Martins de Moura Tomich
Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), Goiânia, GO, Brasil
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Introdução/objetivo

No Brasil, de 2007 a 2017, foram notificados 1.633.765 casos de acidentes ofídicos. Desses, Goiás contribuiu com 34.769, sendo o Estado da região Centro-Oeste com a maior incidência. A infecção secundária é a principal complicação e, apesar disso, ainda é pouco estudada. Alguns serviços incluem sulfametoxazol + trimpetoprim (SMT+TMP) como primeira escolha na terapia empírica. O objetivo desse estudo foi descrever o perfil microbiológico dos acidentes ofídicos atendidos em um hospital de referência em doenças infectocontagiosas.

Métodos

Avaliação retrospectiva de Série de casos de pacientes vítimas de acidente ofídico que evoluíram para infecção secundária documentada em prontuário, com busca posterior daqueles que realizaram cultura de fragmento de lesão, de janeiro de 2018 a novembro de 2019.

Resultados

Foram incluídos 326 casos de acidente por serpentes no período. Destes, 151 (46%) apresentaram infecção secundária. Todavia, apenas 7 realizaram cultura de fragmento de partes moles: 3 tiveram cultura negativa e em 4 houve identificação de Aeromonas hydrofila. No total, houve 75% de resistência à ampicilina/ampicilina + sulbactam, 50% com resistência intermediária ao imipenem e 25% com resistência intermediária à piperacilina + tazobactam. As opções terapêuticas com maior sensibilidade foram os aminoglicosídeos amicacina e gentamicina com 100% de sensibilidade, ciprofloxacina com 100% de sensibilidade e as cefalosporinas: ceftriaxona, ceftazidima e cefepime com 75% de sensibilidade. SMT+TMP não foi testado em nenhuma cepa.

Conclusão

Os animais selvagens atuam como reservatórios de bactérias resistentes, particularmente A. hydrophila, que desenvolve, com facilidade, resistência antimicrobiana principalmente aos beta-lactâmicos, mas também com evidência documentada de resistência às quinolonas e ao SMT+ TMP a depender da subespécie e da área geográfica. O trato gastrointestinal desses animais propicia a indução de resistência por facilitar a adesão da bactéria e pela formação de biofilmes na cavidade oral. A escolha antimicrobiana empírica para esse microrganismo deve considerar as cefalosporinas de espectro estendido, aminoglicosídeos e, ainda, as quinolonas. A ocorrência de A. hydrophyla multirresistente encontrada em nosso estudo chama a atenção para a necessidade de maior investigação desse agente, bem como para a discussão do melhor esquema antimicrobiano a ser adotado empiricamente.

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