A tuberculose é uma doença de alta transmissibilidade, um dos principais agravos de saúde e uma das principais causas de morte em todo o mundo. Na população idosa, a tuberculose comporta-se de modo diferente, visto que os sintomas da doença são difíceis de serem medidos devido a concomitância de outras patologias respiratórios, cardiovasculares e sistêmicas, associada a senilidade do idoso, o que resultado na demora do diagnóstico e aumentos de morbimortalidade. Assim, objetivou descrever os casos de óbitos por tuberculose pulmonar notificados na população idosa nas 22 Regionais de Saúde do estado do Paraná, nos anos de 2016 a 2021 segundo o perfil epidemiológico.

Estudo transversal, utilizando banco de dados do Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN), no período de 2016 a 2021, dos óbitos ocorridos por tuberculose na população idosa. Os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 22.0, por meio de frequência simples e relativa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 38855820.6.0000.5231).

No período estudado, foram analisados 1623 casos de tuberculose pulmonar em idosos de 60 a 97 anos dos casos notificados, onde 148 idosos foram a óbito em decorrência da tuberculose. Em relação aos óbitos (n=148), em 2020 houve a maior taxa de 22,3% (n=33) por tuberculose pulmonar. No que diz respeito à população, a maioria possuía a idade de 60 a 93 anos com média de 70,81, sendo maior o número de óbitos no sexo masculino 74,3% (n= 110). Quanto à histopatologia, 73,6% (n=109) não realizaram teste, 2,0% (n=3) foram sugestivos para TB e 17,6% (n=26) possuíam Baar positivo. Acerca do tipo de entrada, 85,8% (n=127) eram casos novos, 86,5% possuíam a radiografia de tórax suspeita. Em relação aos agravos associados, 24,3% alcoolismo, 22,3% diabéticos, 4,1% apresentavam doença mental, 3,4% eram usuários de drogas ilícitas e 32,4% tabagistas. A respeito do teste molecular rápido, 58,1% não o realizaram e 29,7% foram sensíveis à rifampicina. Já no teste de sensibilidade, 17,6% não o fizeram e 14,9% foram sensíveis.

A adequada atenção aos fatores relacionados à ocorrência de óbito por tuberculose pulmonar em idosos contribui para a identificação de riscos, acompanhamento e evolução dos casos, assim como possíveis intervenções pelos profissionais de saúde.