XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
More infoA Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) tem se tornado um quadro crônico, em que os portadores da doença conseguem ter uma sobrevida importante e uma redução da mortalidade precoce. Essa melhora do cenário nacional decorre da maximização dos diagnósticos e, por conseguinte, do tratamento. Apesar da tendência de queda no Brasil, alguns estados devem ser analisados particularmente para uma avaliação do comportamento das mortes pelo HIV/aids. Assim, o estudo tem como objetivo avaliar as tendências temporais de óbitos por HIV/aids no estado de Sergipe.
MetodologiaTrata-se de um estudo de série temporal dos óbitos por HIV/aids no estado de Sergipe de 2006 a 2022. Os dados foram obtidos a partir do banco estadual do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), considerando os óbitos com causa básica HIV/aids (CID-10 B20 a B-24). As tendências temporais foram analisadas por meio de modelos de regressão Joinpoint (regressão linear segmentada), sendo calculada a variação percentual anual média (AAPC - average annual percent change) para o período completo.
ResultadosDurante o período estudado foram registrados 1420 óbitos por HIV/aids em Sergipe, sendo 1012 no sexo masculino (71,3%). A taxa bruta de mortalidade variou de 2,05 (em 2006) para 4,23 óbitos por 100 mil habitantes (em 2022), apresentando tendência crescente, com AAPC = 4,9 (IC95% 1,1 – 8,8). Quanto à faixa etária 30,6% dos óbitos ocorreram entre 30-29 anos e 26,7% entre 50-59 anos, mas a tendência de crescimento da taxa de mortalidade só é identificada na faixa etária de 50- 59 anos (AAPC = 5,2). Destaca-se também que proporcionalmente verifica-se tendência de queda nos óbitos de pessoas entre 30 – 39 anos (AAPC = -3,4) e tendência crescente entre 50 – 59 anos (AAPC = 4,98). A capital do estado concentrou 36,2% dos óbitos e manteve durante o período tendência de crescimento da taxa de mortalidade (AAPC = 3,7), assim como os 74 outros municípios do estado (AAPC = 2,3).
ConclusãoO estudo mostrou uma tendência crescente da taxa de mortalidade por HIV/aids em Sergipe. Além disso, revelou variações do comportamento dos óbitos quanto faixa etária dos portadores da doença. Conclui-se, então, que Sergipe não vem seguindo o cenário nacional de redução da mortalidade por HIV/aids.