As Infecções Fúngicas Invasivas (IFIs) na região da Ásia e do Pacífico são uma ameaça para pacientes com doenças malignas, diabetes mellitus não controlada ou infecção pelo vírus da imunodeficiência humana não diagnosticada/não tratada e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS). O acesso adequado e precoce a ferramentas de diagnóstico e antifúngicos é essencial para o manejo clínico das IFIs e a sobrevivência desses pacientes.

A pesquisa sobre a capacidade de diagnóstico de IFIs foi realizada online e pode ser acessada em www.clinicalsurveys.net/uc/IFI_management_capacity/. O objetivo da pesquisa foi coletar os seguintes dados: perfil da instituição, percepções sobre a IFIs na respectiva instituição, dados de diagnóstico microbiológico ‒ exame micológico direto, cultura e identificação de fungos, de agentes etiológicos, dados de diagnóstico não-microbiológicos ‒ sorologia, detecção de antígenos e disponibilidade de testes moleculares e a disponibilidade local de drogas antifúngicas.

Um total de 235 centros de 40 países/territórios da Ásia/Pacífico respondeu ao questionário. Mais da metade deles pertencia a seis países: Índia (25%), China (17%), Tailândia (5%), Indonésia, Irã e Japão (4%). Candida spp. (93%) e Aspergillus spp. (75%) foram considerados os patógenos mais relevantes relacionados às IFIs. A maioria das instituições tinha acesso a microscopia (98%) ou ao diagnóstico por cultura (97%). Além disso, 79% delas tinham acesso à detecção de antígenos, 66% testes moleculares e 63% a testes de anticorpos. O acesso a antifúngicos variou entre os países/territórios. Pelo menos um triazólico estava disponível em 93% dos locais estudados, sendo voriconazol, o triazólico mais frequentemente utilizado (89%), enquanto 80% tinham pelo menos uma formulação de anfotericina B disponível e 72% pelo menos uma equinocandina.

Atualmente, com base nas respostas fornecidas, os recursos disponíveis para o diagnóstico e o tratamento da IFI variam nos países/territórios da Ásia/Pacífico. Fatores econômicos ou geográficos podem desempenhar um papel fundamental na incidência e no tratamento clínico das IFIs em países da região Ásia/Pacífico. A cooperação regional pode ser uma boa estratégia para superar as deficiências.