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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
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Vol. 26. Issue S2.
(September 2022)
EP-033
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HISTOPLASMOSE DISSEMINADA EM GLÂNDULA SUPRARRENAL EM UM PACIENTE HÍGIDO E IMUNOCOMPETENTE: RELATO DE CASO
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Isadora Abrão de Souza, Laís Gonçalves Tiveron, André Pelosi Alves, Alexandre Martins Portelinha Filho, José Wilson Zangilorami, Paulo Eduardo de Mesquita, Márcio César Reino Gaggini, Maurício Fernan Favaleça
Hospital Regional de Presidente Prudente, Presidente Prudente, SP, Brasil
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Vol. 26. Issue S2
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Introdução

A histoplasmose é uma micose sistêmica causada pelo fungo Histoplasma capsulatum variante capsulatum, sendo endêmica no Sul do Brasil. Com aspecto de doença granulomatosa, possui predileção pelo pulmão e órgãos do sistema imunológico, causando diferentes manifestações clínicas, a depender do estado imunológico do hospedeiro e do tamanho do inóculo fúngico. A infecção ocorre via respiratória e a disseminação por via hematogênica para qualquer órgão. Esse tipo de infecção primária, regressiva espontaneamente, ocorre em indivíduos imunocompetentes diferindo-se dos pacientes imunossuprimidos, em que a infecção pode assumir um caráter progressivo de gravidade variável.

Objetivo

Relatar um quadro de histoplasmose disseminada em glândula suprarrenal em paciente hígido e imunocompetente.

Método

Homem, 65 anos, em consulta com queixa de emagrecimento de 10 kg nos últimos 2 meses associado a febre vespertina (39°C), astenia, hiporexia e labilidade emocional oscilando períodos de irritação e agressividade com tristeza e choro fácil. Pea persistência dos sintomas, procurou o endocrinologista onde foi diagnosticado Diabetes Mellitus (DM) e iniciado tratamento com Metformina. Encaminhado ao serviço de infectologia para investigação da febre, foi solicitada Tomografia Computadorizada do abdômen mostrando nódulos de baixa densidade, na suprarrenal direita e esquerda de aspecto inespecífico. Por orientação do radiologista, foi pedido uma Ressonância Nuclear Magnética mostrando adrenais tópicas com aumento de suas dimensões a custa de formações expansivas heterogêneas com áreas hiporrealçantes de permeio sugerindo necrose/liquefação, medindo até 3,8cm à direita e 3,3cm à esquerda. Procedeu-se com a biópsia de suprarrenal compatível com uma adrenalite crônica, necrosante de etiologia fúngica sugestivo de Histoplasmose. Optado pelo tratamento com Itraconazol por 6 meses e acompanhamento com radiológico semestral.

Resultados

Paciente evoluiu com remissão dos sintomas e DM controlada.

Conclusão

Em pacientes imunocompetentes, a histoplasmose costuma ser assintomática e autolimitada. O envolvimento das suprarrenais pelo Histoplasma destrói o córtex glandular levando a deficiência de glicocorticoides, mineralocorticoides e androgênios, por vezes, associada à deficiência medular causando a insuficiência suprarrenal primária. Assim, a infecção pelo Histoplasma deve ser pensada como diagnóstico diferencial quando se há aumento das glândulas suprarrenais e quadro clínico sugestivo de falência adrenal.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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