IX Congresso de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro
More infoStaphylococcus hominis faz parte constituinte da microbiota natural da pele humana, pertencente ao grupo dos Staphylococcus coagulase negativos. Quando são isolados de hemoculturas, relacionados principalmente ao rompimento da barreira cutânea por uso de dispositivos médicos, podem ser considerados potenciais patógenos oportunistas, frequentemente associados a infecções relacionadas a assistência à saúde (IRAS). Aspectos como resistência a agentes antimicrobianos e a expressão de diversos fatores de virulência garantem a patogenicidade desta espécie. O estudo teve como objetivo investigar os mecanismos de interação com superfícies biótica e abiótica, interação com Galleria mellonella e analisar a resistência aos agentes antimicrobianos de amostras de S. hominis provenientes de hemoculturas.
MetodologiaForam utilizadas neste estudo seis amostras de S. hominis isoladas de hemoculturas de pacientes hospitalizados no Rio de Janeiro, previamente identificado por espectrometria de massas MALDI-TOF MS. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinado de acordo com o BrCAST (2024). A capacidade da formação de biofilme foi analisada em superfícies abióticas e biótica. Ensaios de PCR foram realizados para detecção dos genes mecA (resistência) e icaA (biofilme). Como modelo in vivo para infecção e letalidade foi utilizado larvas de Galleria mellonella. Resultados: Das 6 amostras de S. hominis, 5 apresentaram perfis de multirresistência. Todas as amostras foram sensíveis a vancomicina, teicoplanina e linezolida, enquanto 4 amostras apresentaram resistência a cefoxitina, 5 clindamicina e todas as amostras a ciprofloxacino. A maioria das amostras (n = 5) expressaram o gene mecA, e a única amostra que não expressou o gene era sensível a cefoxitina. A maioria das amostras foram capazes de produzir biofilme em intensidades diferentes nas superfícies do aço cirúrgico e membrana de pericárdio bovino, pois a expressão do gene icaA foi detectada em 4 amostras. A capacidade de letalidade no modelo in vivo por G. mellonella foi considerada variável. Conclusão: O aumento no número de infecções por S. hominis e a disseminação da multirresistência no ambiente hospitalar, tem se tornado um desafio crescente para saúde pública. Vários aspectos multifatoriais favorecem a patogenicidade de S. hominis e devem continuar sendo investigados, uma vez que a capacidade invasiva e mecanismos de formação de biofilme nesta espécie não tem sido elucidados.
Palavras-chaveStaphylococcus hominis, Biofilme, Galleria mellonella, Resistência Antimicrobiana.
Conflito de interesseNão há conflito de interesse.
Ética e financiamentosDeclarações de interesse: nenhum.