A dengue é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. As manifestações clínicas incluem febre de início abrupto, astenia, cefaléia, artralgia, dor retro-ocular, dor abdominal, êmese e hemorragias. O diagnóstico é realizado por meio de avaliação clínica e exames laboratoriais.

Apresentar o perfil epidemiológico de pacientes com diagnóstico confirmado de dengue no estado de Minas Gerais nas 18 primeiras semanas epidemiológicas do ano de 2024.

Este trabalho foi realizado a partir do levantamento de dados das 18 semanas epidemiológicas do ano de 2024 por meio do painel on-line de vigilância das arboviroses. Este painel é uma iniciativa da Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses, e foi elaborado em parceria com as diretorias de Informações Epidemiológicas e de Vigilância de Condições Crônicas da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, tendo como objetivo a divulgação pública dos casos, óbitos e incidência de dengue, chikungunya e zika no estado de Minas Gerais.

Existem 1.241.639 casos prováveis de dengue no Estado. Do total de 566.590 casos confirmados, 70.329 (12,41%) apresentavam algum tipo de comorbidade, com destaque para hipertensão e diabetes, sendo as faixas etárias mais afetadas a de 50 a 59 anos (população feminina) e 60 a 69 anos (população masculina). A maioria dos casos confirmados, 496.261 (87,59%) não apresentava comorbidades, com a faixa etária predominante de 20 a 29 anos em ambos os sexos. Do total de 518.007 de resultados laboratoriais liberados, 171.916 tiveram exames positivos e 333.095 negativos (positividade de 33,2). Dos exames, 48.029 foram realizados por biologia molecular (positividade de 17,4%), 34.373 IgM (positividade de 45,5%) e 3.497 IgG (44,5% de positividade). Foram confirmados 333 óbitos e existem 775 em investigação. Destes óbitos, 13,30% eram mulheres e 11,82% de homens, ambos na faixa etária de 70 a 79 anos. A letalidade foi de 3,57%, com 9.322 casos graves ou com sinais de alarme.

O estudo fornece uma análise ampla do cenário da dengue no estado de Minas Gerais nas primeiras 18 semanas epidemiológicas de 2024, confirmando uma alta incidência de casos confirmados e óbitos na população idosa. Medidas de controle e prevenção do agravo, associadas à incorporação da vacina contra a dengue, capacitação aos profissionais de saúde e atividades de educação em saúde são capazes de contribuir para a redução da hospitalização, incidência e óbitos pela doença.