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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-236 - PARACOCCIDIOIDOMICOSE AGUDA NA GESTAÇÃO: EVOLUÇÃO CLÍNICA E DISSEMINAÇÃO APÓS PULSOTERAPIA INADVERTIDA
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Flávia Carolina Soares Bonato, Emily Ane Araujo Santana, Carolline Siqueira Lembo, Yago Caetano de Sousa Almeida, Leonardo Torioni, Jordan Monteiro Pinheiro, Ferdinando Lima de Menezes, William Dunke de Lima, Beatriz Pascuotte, João Antônio Gonçalves Garreta Prats
Beneficência Portuguesa de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada por fungos do gênero Paracoccidioides. Pode se apresentar sob a forma aguda (juvenil) e crônica (adulta).

Objetivo

Relatar o caso de uma gestante com PCM disseminada para medula óssea, fígado e gânglios.

Método

Coleta de dados de prontuário.

Resultados

Paciente do sexo feminino, de 31 anos, procedente do estado do Mato Grosso do Sul/SP, que foi transferida para hospital terciário em São Paulo/SP por quadro de febre, anemia, hepatoesplenomegalia e icterícia há um mês. Era previamente hígida e estava gestante de 34 semanas quando, foi submetida a uma cesárea de urgência por amniorrexe prematura. Permaneceu internada após o parto com quadro de anemia importante e icterícia persistente. Diante de um Coombs direto fracamente positivo e sendo descartada colestase gestacional, foi aventada a hipótese de anemia hemolítica autoimune, sendo realizada pulsoterapia com metilprednisolona ainda no serviço de origem. Na admissão hospitalar em nosso serviço estava sonolenta, ictérica e febril. Em exames de imagem foi observado fígado com aumento difuso e sinais de edema periportal, esplenomegalia e linfonodomegalias generalizadas. Evoluiu com piora progressiva da colestase, anasarca com ascite de grande monta e piora hemodinâmica. Realizou biópsias de linfonodo cervical, fígado e medula óssea. Todas as três evidenciaram processo inflamatório crônico granulomatoso com estruturas fúngicas arredondadas (leveduras capsuladas) fagocitadas por celulas gigantes multinucleadas com multibrotamentos. A imuno-histoquímica confirmou a presença de Paracoccidioides no linfonodo cervical. Em exame de contraimunoeletroforese para PCM, teve resultado reagente com título de 1/64. Foi iniciada anfotericina lipossomal (L-AmB). Após quatro semanas de L-AmB, a paciente já se encontrava afebril e com melhora progressiva clínica e laboratorial. Recebeu alta hospitalar com sulfametoxazol-trimetoprim e programação de retorno ambulatorial.

Conclusão

Em contrapartida à população alvo da doença que predomina em homens e trabalhadores rurais, neste caso descrevemos uma apresentação em mulher jovem da área urbana contribuído pela crescente urbanização. Nas mulheres, a PCM incide antes da menarca ou após a menopausa, sendo infrequente na idade fértil. Durante a gestação, hormônios maternos e placentários podem resultar em uma imunodepressão componente celular, podendo aumentar o risco de incidência de infecções oportunistas.

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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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