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Vol. 28. Issue S2.
14° Congresso Paulista de Infectologia
(October 2024)
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EP-209 - CARDIOTOXICIDADE POR ANFOTERICINA B EM UM PACIENTE COM PARACOCCIDIOIDOMICOSE
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Julio Maganha Gouvêa, Vivian Mei Matuoka, Fernanda Regina Antonio, Leonardo S.S.M. de Barros, Nathalia Solimene Guerra, Caio Framil Assumpção, Vitória Maria Araújo Torres, Joana Mezadri Cavasola, Thalizy C. Pereira Santos, Caio Laguna Reis do Carvalho
Faculdade São Leopoldo Mandic Araras, Araras, SP, Brasil
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Vol. 28. Issue S2

14° Congresso Paulista de Infectologia

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Introdução

A Paracoccidioidomicose é uma micose causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, que pode levar a formas disseminadas graves e letais, com progressivo envolvimento multissistêmico. Uma opção de tratamento é a Anfotericina B (AB) em desoxicolato ou em formulação lipídica (lipossomal ou em complexo lipídico). Há descrições que a AB está associada à toxicidade cardíaca direta e miocardiopatia dilatada, com subsequente insuficiência cardíaca (IC), cujo os achados ecocardiográficos normalizam com a interrupção da terapia.

Objetivo

Relatar um caso de Paracoccidioidomicose que apresentou cardiotoxicidade devido ao uso de AB e abordar a identificação do quadro.

Método

Trata-se de um relato de caso.

Resultados

Paciente do sexo masculino, 35 anos, encaminhado por infectologista com quadro de tosse produtiva, dispneia e disfagia de início há 1 mês, em uso de itraconazol devido ao diagnóstico confirmado de Paracoccidioidomicose através de biópsia de língua, porém sem melhora clínica. Inicialmente, aventou-se a hipótese de tuberculose pulmonar sobreposta ao quadro fúngico, optando-se por início de AB desoxicolato e solicitação de pesquisa de BAAR. Após 9 dias de tratamento com AB, paciente queixou-se de precordialgia, dispneia aos pequenos esforços e ortopneia, apresentando edema de membros inferiores 2+/4+ e crepitações pulmonares bibasais. Dentre os exames laboratoriais solicitados, paciente apresentou amostra de BAAR negativa, função renal dentro da normalidade e dosagem de BNP de 3986,3 pg/mL, quadro compatível com IC aguda perfil B, decorrente da cardiotoxicidade provocada pela introdução da AB. Em seguida, foi optado pela suspensão da AB e introdução de sulfametoxazol/trimetoprima associado à itraconazol e início de medidas para IC. Durante a internação, evoluiu com melhora do padrão respiratório e dos sintomas de congestão, com queda progressiva do BNP para 1368,5 pg/ml após 8 dias. Paciente recebeu alta e foi encaminhado para seguimento ambulatorial.

Conclusão

O relato de caso evidencia a complexidade da Paracoccidioidomicose e os desafios associados ao seu tratamento, especialmente quando surge a necessidade de utilizar a AB. A toxicidade cardíaca direta associada a essa terapia pode manifestar-se clinicamente como IC aguda, exigindo rápida intervenção e suspensão do agente causador. A abordagem multidisciplinar e a monitorização cuidadosa dos pacientes são fundamentais para identificar precocemente os sinais de cardiotoxicidade, permitindo a implementação de medidas terapêuticas adequadas.

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