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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
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Vol. 26. Issue S1.
(January 2022)
EP 176
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CRIPTOCOCOSE CUTÂNEA PRIMÁRIA EM PACIENTE PORTADORA DA SÍNDROME DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA: RELATO DE CASO
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Jocarla Soares de Araújo, Irenilce Souza de Matos, Andréia da Silva Guimarães, Isis Marinho França
Fundação Hospital Estadual do Acre (FUNDHACRE), Rio Branco, AC, Brasil
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Introdução

criptococose é uma infecção fúngica, de caráter oportunista, que se dá pela inalação de esporos do fungo Cryptococcus spp presentes na natureza. Os principais agentes são C. neoformans e C. gattii.

Descrição do caso

Mulher, 47 anos, cozinheira, natural de Tarauacá (AC), portadora da síndrome de imunodeficiência adquira (SIDA), em uso irregular de terapia antirretroviral (TARV) com tenofovir/lamivudina e efavirenz. Interna referindo lesões ulceradas em membros inferiores (MMII), iniciadas há 1 ano, com aumento de tamanho e profundidade há 2 meses, associadas a febre, parestesia e dor local, e com piora ao deambular. Ao exame físico, estava em regular estado geral, hipocorada +/4+ e com fáceis de dor. Avaliação dos sistemas respiratório, cardiovascular, neurológico e abdome sem alterações. MMII com edema +++/4+ e afetados difusamente com úlceras cutâneas de bordas elevadas, fundo com tecido de granulação e sem secreção. Radiografias simples de tórax e de MMII normais. Ecodoppler de MMII com sistema venoso normal e arterial com aterosclerose leve. Rastreio para tuberculose negativo. Contagem de linfócitos T CD4 58/mm3. Histopatológico e cultura do tecido biopsiado da lesão cutânea mostrou C. neoformans. Tomografia de crânio normal; hemocultura e pesquisa do fungo em líquido cefalorraquidiano (LCR) negativas. Diagnosticada como criptococose cutânea primária (CCP), foram-lhe iniciados anfotericina B desoxicolato 50 mg/dia (usando 1 mg/kg/dia) e fluconazol 800 mg/dia por 14 dias, e após manteve apenas fluconazol 400 mg/dia. Observou-se melhora tanto nas lesões, como no seu estado geral. Iniciadas profilaxias primárias com sulfametoxazol/trimetoprima e isoniazida e trocada a TARV para tenofovir/lamivudina e raltegravir. Após 36 dias de internação, recebe alta em bom estado geral, deambulando com facilidade e com melhora importante das lesões, para acompanhamento ambulatorial, em uso de fluconazol via oral, medicações profiláticas e a TARV.

Comentários

Criptococose cutânea ocorre em 10 a 15% dos casos da forma sistêmica e a ocorrência da forma cutânea isolada é evento incomum e por isso é fundamental rastrear focos principais de infecção pelo Cryptococcus, como LCR e pulmão. A imunodepressão avançada com depleção das células T é o principal fator predisponente, logo CCP deve ser sempre uma das hipóteses diagnósticas de lesões cutâneas em imunodeprimidos graves, como a paciente em questão, posto que o diagnóstico precoce evita desfechos mais sérios.

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