O sarampo é uma doença infectocontagiosa aguda e grave que acomete principalmente crianças menores de 5 anos de idade. No Brasil, a vacinação contra essa doença está incluída no Calendário Vacinal Infantil, fazendo parte das doses de rotina oferecidas pelo Sistema Único de Saúde. Dessa forma, é realizada a partir da tríplice viral que oferece proteção contra os vírus do sarampo, rubéola e da caxumba, sendo necessárias duas doses: a primeira, aplicada com um ano de idade e a segunda, com 15 meses. Ressalta-se que em 2016 e 2017 não foram mais registrados casos de sarampo no Brasil, o que garantiu o certificado de erradicação da doença pela Organização Pan-Americana de Saúde. Porém, em 2018, houve um retorno da enfermidade e esse certificado foi perdido, notabilizando a urgência do incentivo à vacinação para a população brasileira.

Assim, propõe-se analisar o número total de casos de sarampo, bem como sua distribuição no Brasil, correlacionando com dados de sua cobertura vacinal nacional, durante os anos de 2018 a 2021.

Trata-se de um estudo epidemiológico observacional analítico, baseado em dados provenientes dos Boletins Epidemiológicos Semanais do sarampo no Brasil, desenvolvidos pela Secretaria de Vigilância em Saúde.

A partir do retorno do sarampo no Brasil, foram registrados 40.363 casos entre os anos de 2018 e 2021, sendo a maior quantidade de registros em 2019, com o total de 20.901. Dentre os números observados, as Unidades Federativas com maior índice de casos foram respectivamente: Amapá, Pará, Alagoas, São Paulo, Ceará e Rio de Janeiro. À vista disso, tem-se que para uma doença ser totalmente erradicada é necessária uma cobertura vacinal de pelo menos 95% da população, entretanto foi observado no último ano, 2021, que nenhuma das regiões brasileiras alcançaram essa porcentagem, possuindo a região Norte a menor adesão com apenas 50% da população vacinada com ambas as doses da vacina, já a região Sul representou a melhor aderência do país, com 71,23%, e por fim, o Sudeste, região mais populosa, apresentou 64,87% dos cidadãos vacinados.

Portanto, os resultados apresentados evidenciam que os estados brasileiros ainda estão distantes de conquistar novamente a erradicação do sarampo no Brasil, fato extremamente crítico considerando a gravidade da doença para o público infantil. Logo, são imprescindíveis políticas públicas incentivando a vacinação, já que se trata do meio mais eficaz de prevenção contra essa doença.