Journal Information
Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 51 (December 2018)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 51 (December 2018)
EP‐034
Open Access
QUADRO URTICARIFORME COMO POSSÍVEL GNATOSTOMÍASE (GT) – RELATO DE DOIS CASOS
Visits
6367
Julia Lutgens Minghinia,b, Mônica Peduto Percoraro Rodria,b, Leopoldo Tosi Trevelina,b, Claudio Roberto Gonsaleza,b, Filomena Maria Colpasa,b, Marina Spricigo Maragnoa,b, Francini Guerra Correaa,b, Juvencio José Dualibi Furtadoa,b
a Hospital Heliópolis, São Paulo, SP, Brasil
b Imuno Grupo de Ass. Médica, São Paulo, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Ag. Financiadora: Recursos próprios

N°. Processo: Não se aplica

Data: 18/10/2018 ‐ Sala: TV 9 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: e‐pôster (pôster eletrônico)

Introdução: A GT é uma infecção parasitária que resulta da migração larvária do gênero Gnathostoma através de tecidos humanos. Em humanos é adquirida através do consumo de peixes de água doce ou de enguias cruas sob a forma de iguarias, como sushi, sashimi ou ceviche, ou consumo de água não potável. No Brasil foram relatados casos com ingesta de tucunaré. A maior incidência é observada no Japão e países do Sudeste da Ásai. A America do Sul também é considerada região endêmica. No Brasil o primeiro caso foi relatado em 2009.

Objetivo: Alertar a comunidade médico‐científica sobre doença emergente em nosso país.

Metodologia: Caso 1: masculino, 27 anos, procedente de Avaré, SP. Queixa: lesões eritematosas, migratórias e pruriginosas no abdome havia quatro meses. Início dos sintomas após ingestão de sashimi de Tucunaré durante pescaria no Rio Cristalino, centro‐oeste do país. Caso 2: masculino, 57 anos, procedente de São Paulo, SP Queixa: dores abdominais e lesões eritematosas migratórias em abdome com hemograma com eosinofilia (35%). Início dos sintomas após ingestão de tucunaré cru em pescaria no Rio Tocantins, norte do país. Ambos tratados empiricamente para GT com resolução clínica.

Discussão/conclusão: O quadro clínico costuma apresentar‐se três a quatro semanas após a ingestão da larva, ocorre aparecimento de uma área nodular, irregular, edemaciada, eritematosa em qualquer parte da pele, pode ser pruriginosa ou dolorosa, sem sintomas sistêmicos. O padrão migratório da lesão recorrente é a pista mais importante para o diagnóstico. Essa é sempre solitária e evidências da migração podem ser vistas nas áreas adjacentes. Múltiplos sítios podem ser acometidos, como caixa torácica, abdome e sistema nervoso central, o que pode gerar complicações clínicas graves. O diagnóstico deve ser aventado em paciente com lesão migratória da pele, consumo de peixe cru ou água não potável e histórico de visita a áreas endêmicas. A biópsia da pele pode permitir a visualização do parasita. A eosinofilia está presente em 50% a 70% dos casos. Testes sorológicos para o diagnóstico da GT incluem ensaio imunoenzimático (Elisa), western blot e sequenciamento de DNA ribossômico (rDNA), não disponíveis em nosso meio. A terapia atual da GT é feita com albendazol oral, 400g por 21 dias, com eficácia acima de 90%. A opção é uma dose única de ivermectina, 0,2g/kg, repetida após sete dias. Portanto, a infecção por GT deve ser considerada no nosso país, sobretudo pós‐ingestão de peixes crus de água doce, apesar da dificuldade diagnóstica.

Download PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools