Ag. Financiadora: CNPq
N°. Processo: 444646/2014‐0
Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 5 ‐ Horário: 10:44‐10:49 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)
Introdução: A colonização habitual do recém‐nascido inicia‐se na placenta e após a ruptura das membranas amnióticas o processo é continuado por meio do contato direto com a microbiota materna, com o ambiente em que vive e pelos alimentos adquiridos, até que seja estabelecida a microbiota endógena do bebê. Em recém‐nascidos prematuros, esse processo de colonização apresenta afinidade por microrganismos multirresistentes (MOMR), devido à imaturidade imunológica, gastrointestinal e das barreiras epiteliais do neonato. Porém, o papel da mãe no processo de colonização neonatal ainda não é muito evidente na literatura científica.
Objetivo: Identificar a incidência e o perfil microbiológico da colonização de mães de neonatos prematuros colonizados por microrganismos multirresistente no contexto hospitalar de uma unidade neonatal.
Metodologia: Estudo de caso, exploratório, prospectivo, feito com neonatos internados na Unidade Neonatal de um hospital universitário no sul do país e suas respectivas mães, de janeiro de 2014 a fevereiro de 2018. No momento da alta, foram feitas coletas de cultura de vigilância do bebê e de suas mães.
Resultado: O estudo foi composto por 473 bebês e 408 mães. Quantos às características neonatais, 53,5% (233) eram do sexo masculino, nascidos de parto cesárea 74,1% (324), com peso ao nascer entre 1.500 a 1.999 gramas 31,8% (139) e idade gestacional de 31 a 34 semanas 43,7% (191). Em relação às mães, a média de idade foi de 27 anos, variou entre 14 e 47, 40,0% (163) estudaram até o ensino médio completo e moravam na zona urbana (96,6%). No momento da alta hospitalar, a incidência de colonização por MOMR foi de 27,0% (118) para os bebês e 15,7% para as mães. Quanto às características microbiológicas, 11,01% (13) dos neonatos apresentaram os mesmos MOMR isolados nas culturas das mães. Um bebê apresentou dois MOMR semelhantess ao de sua mãe. Em relação aos MOMR mais frequentes entre o binômino mãe‐bebê, foram Escherichia coli ESBL 42,9% (seis), Klebsiella spp ESBL 21,4% (três), Serratia spp ESBL 21,4% (três), Enterobacter spp ESBL 7,1% (um) e Acinetobacter spp CR 7,1% (um).
Discussão/conclusão: Os resultados mostraram que existem semelhanças na colonização de microrganismos multirresistentes entre mães e bebês, entretanto são necessários estudos referentes a genotipagem e fenotipagem desses MOMR, devido aos diferentes padrões de colonização entre ambos, processo esse que está em curso na referida pesquisa.