IV Congresso Goiano de Infectologia
More infoA fibrose hepática é um processo em resposta a danos no fígado e uma das etiologias deste processo é a infecção pelo vírus da hepatite C (HCV). Atualmente, o índice de relação aspartato aminotransferase-plaquetas (APRI) e o índice de fibrose-4 (FIB4), a elastografia hepática e a biópsia são usados para avaliar o estágio da doença. No entanto, existem marcadores diretos associados ao metabolismo dos componentes hepáticos da matriz extracelular (MEC) que poderiam ser utilizados para avaliar o dano progressivo do tecido hepático e a progressão para a fibrose.
ObjetivoAvaliar oito marcadores sorológicos diretos envolvidos na degradação e deposição de colágeno em pacientes infectados pelo HCV, antes e após o tratamento, com antivirais de ação direta (DAAs).
MetodologiaTrata-se de um estudo transversal, não randomizado e analítico. O estudo foi desenvolvido utilizando soro coletado de 24 pacientes antes e após o tratamento para infecção pelo HCV, com resposta virológica sustentada (SRV), entre fevereiro de 2018 e agosto de 2019.
ResultadosDos 24 pacientes incluídos no estudo, 62,5% eram do sexo feminino e 91,6 % de pacientes tinham o genótipo 1 do HCV. Houve diminuição dos valores de APRI e FIB4, indicando melhora da fibrose após o tratamento, enquanto houve aumento significativo dos níveis plasmáticos da metaloproteinase-1 da matriz do inibidor tecidual (TIMP1) e diminuição significativa dos níveis plasmáticos da metaloproteinase-2 (MMPII), sugerindo piora da fibrose mesmo após o tratamento.
ConclusõesA análise direta dos biomarcadores revelou um prognóstico que contradiz as conclusões dos métodos indiretos atualmente em uso. Após o tratamento com DAAs, observou-se uma progressão na fibrose hepática, indicando a necessidade de mais pesquisas sobre o uso desses escores, especialmente APRI e FIB4, derivados de diversos parâmetros laboratoriais associados à atividade inflamatória, não apenas à necrose e apoptose hepática. Portanto, os biomarcadores diretos possuem potencial como ferramentas complementares para avaliar a progressão das doenças hepáticas e melhorar a saúde desses pacientes.
ApoioEste trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) [Processo n° 04/2017 – FAPEG/SES-GO/CNPq/MS-DECIT/2017].