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Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 137 (December 2018)
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Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 137 (December 2018)
EP‐199
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TOXOPLASMOSE MEDULAR FATAL RESISTENTE AO TRATAMENTO EMPÍRICO EM PACIENTE COM AIDS: RELATO DE CASO
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Fernanda Chin Yu O. Lee, Matheus Tonholo Silva, Stefânia Bazanelli Prebianchi, Leonardo Favi Bocca, Linus Jan No, Larissa Gandolpho, Alexandre I. Kochi Silva, Marcondes Pimentel Cruz, Franz Jooji Onishi, Carlos R. Veiga Kiffer
Escola Paulista de Medicina (EPM), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), São Paulo, SP, Brasil
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Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 8 ‐ Horário: 13:37‐13:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)

Introdução: Complicações neurológicas por causas infecciosas são comuns em pacientes com HIV/Aids, a toxoplasmose é a maior responsável por lesões focais em sistema nervoso central (SNC), usualmente no encéfalo. A apresentação inicial de toxoplasmose como mielite isolada é rara. O diagnóstico de apoio da toxoplasmose em SNC baseia‐se no uso da ressonância nuclear magnética (RNM) de neuroeixo, exame do líquor com pesquisa de Toxoplasma gondii e até a biópsia lesional. Na suspeita de mielopatia por toxoplasmose, inicia‐se a terapia empírica com base no uso de sulfas, pirimetamina ou clindamicina.

Objetivo: Relatar o caso de paciente masculino com HIV/Aids que evoluiu com mielite fatal por T. gondii com acometimento inicial primário de medula espinal.

Metodologia: Paciente do sexo masculino, 29 anos, HIV positivo não tratado, deu entrada em serviço de emergência com cervicalgia e irradiação para membro superior esquerdo com evolução de 30 dias, associados a redução de força do primeiro dedo da mão esquerda e de reflexo profundo bicipital esquerdo. Em avaliação inicial por RNM, identificada lesão medular ovalada e captante de contraste nos níveis C4‐C5. Iniciou‐se terapia empírica para toxoplasmose com sulfametoxazol e trimetropim. Paciente evoluiu para tetraplegia, apesar do tratamento precoce. Foi feita biópsia incisional aberta medular cervical (C5) com resultado inconclusivo. Paciente permaneceu internado, exames indicavam progressão da lesão inicial. Apresentou pioria com lesão de tronco encefálico, hidrocefalia comunicante tratada com derivação ventricular externa (DVE), coma aperceptivo e, após três meses de internação, evoluiu para morte encefálica. A autópsia revelou pseudocistos de bradizoítas do T. gondii em nível cervical da medula espinal, estendiam‐se ao tronco encefálico, com necrose liquefativa, sem parasitas nos outros segmentos encefálicos.

Discussão/conclusão: O caso relatado incita a discussão sobre mielite como manifestação incomum de T. gondii em paciente com HIV/Aids. Diante de suspeita dessa infecção em SNC, deve‐se iniciar o tratamento farmacológico empírico. No entanto, questiona‐se o fato de o paciente não ter tido melhoria do quadro neurológico, mesmo com uso de medicação adequada desde o início da internação. Apesar de a toxoplasmose medular não ser apresentação comum da doença, nem a etiologia mais comum de mielite em paciente com Aids, sua hipótese deve ser considerada.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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