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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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TOXOCARÍASE DISSEMINADA RECIDIVANTE: DESAFIOS DO MANEJO TERAPÊUTICO
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Pedro Henrique Siqueira Carvalhoa,
Corresponding author
otma.carvalho@fm.usp.br

Corresponding author.
, Lara Silva Pereira Guimarãesa, Fabiana Roberto Limab, Ronaldo César Borges Gryscheka, Maria Cristina Carvalho do Espirito Santoa
a Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
b Divisão de Anatomia Patológica, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Larva migrans visceral (LMV) é a manifestação sistêmica da invasão tecidual pelos nematódeos Toxocara canis (T. canis) ou Toxocara cati (T. cati). Relatamos um caso atendido no HCFMUSP, mulher de 58 anos, natural e procedente de São Paulo, sem comorbidades, com epidemiologia positiva para toxocara. Quadro recorrente iniciado em 2016, com múltiplas internações por hepatoesplenomegalia febril, tosse, dispnéia e rash cutâneo. Hipereosinofilia crônica de até 62%. A análise histopatológica da biópsia hepática de 2016 revelou quadro inflamatório florido, com áreas de fibrose e intensa inflamação crônica, com participação de granulomas eosinofílicos necrotizantes, sugerindo infecção parasitária. A biópsia hepática realizada em 2022 exibia alterações morfológicas semelhantes. Em ambas as amostras, a reação imuno-histoquímica com anticorpo monoclonal anti-Toxocara canis confirmou posteriormente o diagnóstico de toxocaríase hepática. Paciente com sorologia positiva para Toxocara em altos títulos. Em 2018, nova internação por panserosite e tamponamento cardíaco restritivo por pericardite fibrinosa, atribuído à recidiva. Realizado durante esse período (2016 – 2023) diversos ciclos de Albendazol e corticoterapia, com melhora clínica e laboratorial temporárias do quadro. Iniciou em março/2023 terapia combinada com albendazol, SMX-TMPe prednisona, após novo episódio de hepatoesplenomegalia febril associada a sintomas pulmonares em 2022. Discutiremos os atuais paradigmas na literatura médica quanto ao manejo terapêutico da LMV. Achados laboratoriais como elevação de provas inflamatórias e eosinofilia, embora pouco específicos, têm papel importante no seguimento terapêutico. Os achados da otmailstoquímica foram determinantes para a confirmação diagnóstica, mas possuem baixa sensibilidade. Achados ao exame tomográfico incluem nodulações hepáticas hipoecóicas e nodulações inespecíficas no parênquima pulmonar. Tais achados também têm importância no seguimento terapêutico e para a programação de exames mais invasivos. Técnicas de biologia molecular são pouco acessíveis na maioria dos serviços de saúde brasileiros. Poucos avanços foram feitos quanto ao tratamento nas últimas décadas e não há estudos clínicos randomizados. Tipicamente utiliza-se o albendazol. O uso simultâneo de corticosteróides atenua sintomas e diminui a resposta inflamatória imunomediada, sendo parte importante do tratamento.

Palavras-chave:
toxocariase toxocariase disseminada toxocara canis toxocariase recidivante t. canis
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