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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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REAÇÃO ADVERSA À VACINA BCG EM LACTENTE
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Edson Santana Gois Filhoa,
Corresponding author
edson.gois@souunit.com.br

Corresponding author.
, Maria Carolyne de Mendonça Motaa, Larissa Marrocos de Oliveiraa, Ana Carolina Fontes Silvab, Camile Dávila Leviteb
a Universidade Tiradentes (UNIT), Aracaju, SE, Brasil
b Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, SE, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A vacina BCG utiliza uma cepa viva de Mycobacterium bovis com virulência atenuada contra evolução das formas mais graves de tuberculose e outras infecções micobacterianas. No Brasil, ela é administrada após o nascimento quando não há contraindicações, com lesão vacinal que evolui de mácula à cicatriz em até 12 semanas. Ainda assim, pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, decorrentes de variáveis do imunizante ou da imunidade da criança.

Descrição do caso

E.G.S.S, 1 mês e 25 dias, sexo masculino, com quadro de febre associado a edema doloroso, endurado em linha axilar anterior direita. Foi feita ultrassonografia que evidenciou linfonodomegalias hipoecóicas circunscritas palpáveis com necrose central, a maior medindo cerca de 1,7 × 1,2 cm. Feito o internamento, iniciou-se ampicilina+gentamicina por suspeita de linfadenite bacteriana, com pouca resposta. Devido a isso e à idade do paciente, foi aventada a possibilidade de reação adversa a BCG e iniciada isoniazida. Durante a internação, são evidenciados anemia, leucopenia e plaquetopenia, associadas ao processo infeccioso e resolvidas com sulfato ferroso, e um episódio de concentrado de hemácias, o qual foi atribuído ao uso de antituberculostático. No 7° dia de internação, é interrompida antibioticoterapia e definida alta hospitalar com seguimento ambulatorial, porém lactente retorna após 12 dias com aumento de região endurecida em axila direita, medindo 5 cm, com hiperemia em região central, dor à mobilização do MSD e drenagem espontânea de secreção, sendo novamente internado com reinício de ampicilina e gentamicina, suspendido após avaliação de infectologista, que orientou seguimento com isoniazida pelo quadro de reação vacinal adversa. Em seguimento ambulatorial, foi afastada imunodeficiência através da dosagem de imunoglobulinas. Após uso de isoniazida por 6 meses, houve melhora clínica total.

Comentários

A linfadenopatia regional supurada é um evento adverso ao uso da BCG, caracterizado por linfonodomegalia em regiões axilar ou supraclavicular, com consistência inicialmente endurecida, seguida de amolecimento central e possível drenagem espontânea. Ocorre nos primeiros 3 meses de vida, com evolução benigna e não é muito frequente na população pediátrica, sendo orientado pelo Ministério da Saúde a sua notificação e uso de isoniazida (10 mg/kg) até resolução do quadro. Assim, é fundamental que o médico saiba identificar as reações vacinais adversas para conduta adequada.

Palavras-chave:
Reação Adversa BCG Lactentes
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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