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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE AS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL DO SEXO FEMININO E MASCULINO? EXPERIÊNCIA PARA UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR, TRATAMENTO E PROFILAXIA DE HIV E INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
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Isabelle Vera Vichr Nisidaa,
Corresponding author
isanisida@gmail.com

Corresponding author.
, Maria Ivete de Castro Boulosb, Lia Maria Britto da Silvad, Silmara Alberguinie, Marisa Nascimentoc, Aluísio Cotrim Seguradoa
a Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
b Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
c Divisão de Enfermagem, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
d Divisão de Psicologia, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
e Divisão de Serviço Social, Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A Violência Sexual (VS) foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como um problema de saúde pública. Embora o sexo feminino seja mais acometido por esse crime, estimado em até 62% para as meninas, pouco se sabe sobre Vítimas de Violência Sexual (VVS) do sexo masculino.

Metodologia

Descrever as características e comparar as VVS, considerando o sexo biológico feminino e masculino, que procuraram o NAVIS-HCFMUSP, entre 2001‒2021. As variáveis demográficas, clínicas e relacionadas à VS foram analisadas por meio dos testes do qui-quadrado e Wilcoxon Rank-Sum.

Resultados

Das 825 VVS, 601 (72,8%) eram do sexo feminino e 224 (27,2%) do sexo masculino, 564 (70,2) brancos, com mediana de idade de 15,8 (IIQ=6,8‒25,1) anos. Quanto às características da VS, 388 (56%) declararam que os agressores eram conhecidos; 234 (87,6%) episódios envolveram apenas um agressor. O episódio de VS ocorreu no domicílio ou peri domicílio para 399 (56%) VVS. A VS foi relatada com penetração vaginal em 334 (71,7%) VVS do sexo feminino; a penetração anal ocorreu mais frequentemente para as VVS do sexo masculino 116 (78,4%) (p=0,000). Considerando as infecções sexualmente transmissíveis, 357 (44,3%) VVS de ambos os sexos receberam profilaxia e 100 (12,7%) tratamento. A profilaxia do HIV foi prescrita para 288 (78,3%) VVS que procuraram o NAVIS antes de 72 horas após um episódio de VS; 450 (55,9%) VVS completaram o acompanhamento proposto de 6 meses. Quando comparamos ambos os sexos, as VVS do sexo masculino eram mais jovens (p=0,00), perpetrados por mais de um agressor (p=0,00), foram atendidos após 72 horas do episódio de VS (p=0,001) e foram mais frequentemente abusados cronicamente (p=0,028). Acima de 18 anos, as VVS femininas apresentaram mais sintomas de transtornos mentais que as masculinas durante o acompanhamento ambulatorial (p=0,008).

Conclusão

Embora o sexo feminino seja mais vulnerável à violência sexual, o atendimento multidisciplinar e profilaxias/tratamentos de IST de ambos os sexos é essencial, uma vez que a VS traz consequências ao longo da vida para todas as vítimas.

Palavras-chave:
Vítimas de violência sexual
Profilaxia HIV estupro
Infecções sexualmente transmissíveis masculino
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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