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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DO ABANDONO AO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE NO BRASIL (2013-2022)
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Hélio Cássio Silva Guimarães
Corresponding author
heliocsguimaraes@gmail.com

Corresponding author.
, Anderson Fraga Santos Dias, Murilo Figueiredo Nogueira Santos, Nadson Brasil dos Santos do Rego, Rafael Lopes Sampaio, Juliana Fraga Vasconcelos
Faculdade Medicina FTC, Salvador, BA, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução/objetivo

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões. No Brasil, o tratamento farmacológico é gratuito e acessível, mas a taxa de abandono é alta em relação à meta de 5% estabelecida pela OMS. O abandono do tratamento representa um desafio grave para o controle da doença, levando ao surgimento de cepas resistentes, complicações e óbito. Este trabalho tem como objetivo descrever o perfil sociodemográfico dos pacientes que abandonaram o tratamento da tuberculose no Brasil de 2013 a 2022.

Métodos

Estudo ecológico descritivo com dados extraídos do SINAN/DATASUS sobre perfil sociodemográfico dos pacientes que abandonaram o tratamento da tuberculose no Brasil de 2013 a 2022. Foram descritas as seguintes variáveis: faixa etária, raça, sexo, escolaridade, regiões e ano de abandono. Foi dispensada a análise ética devido à natureza pública dos dados coletados e anonimização dos participantes.

Resultados

Foram registrados 121.204 abandonos de tratamento de tuberculose no Brasil durante o período analisado. O abandono variou entre 7,86% em 2022 e 11,81% em 2021. A região Sudeste apresentou a maior quantidade de abandonos (47,71%), seguida por Nordeste (22,56%), Sul (13,90%), Norte (11,07%) e Centro-Oeste (4,74%); 0,02% desconhecidos ou residente no exterior. Homens prevaleceram (75,67%) sobre mulheres e a principal faixa etária afetada foi a de 20-39 anos (58,42%), seguida por 40-59 anos (28,40%), menor prevalência: 5-9 anos (0,26%). Cerca de 8,08% não declararam cor/raça; entre declarados, maior prevalência em pardos (49,10%), seguidos por brancos (24,43%), pretos (17,09%), amarelos (0,73%) e indígenas (0,57%). Não houve informação quanto a escolaridade de 29,22% dos abandonos; dos informados, maior abandono no grupo 5ª-8ª série (23,30%), menor abandono em indivíduos com ensino superior completo (1,12%).

Conclusão

De acordo com os dados coletados, o abandono ao tratamento prevaleceu no ano de 2021 e na região Sudeste. Homens e pessoas pardas na faixa etária de 20 a 39 anos foram mais vulneráveis ao abandono, principalmente as de escolaridade entre 5ª e 8ª série. Destarte, são necessárias ações educacionais de elucidação sobre a tuberculose desde o ensino fundamental e políticas de saúde pública voltadas à população menos favorecida, principalmente dos estados com mais casos, visando a redução dos índices de abandono, melhor controle e efetivo tratamento da doença.

Palavras-chave:
Tuberculose Recusa do Paciente ao Tratamento Tratamento Farmacológico
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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