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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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HEMOPERITÔNEO SECUNDÁRIO A ACIDENTE OFÍDICO POR SERPENTE DO GÊNERO BOTHROPS: RELATO DE CASO
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Adriana Baqueiro Abad Ribeiroa,
Corresponding author
adrianababad@gmail.com

Corresponding author.
, Marcelo Larami Santorob, Marcelo Ribeiro Duartec, Gerson Sobrinho Salvador de Oliveirad, Francisco Oscar de Siqueira Françae
a Instituto de Infectologia Emilio Ribas, São Paulo, SP, Brasil
b Laboratório de Fisiopatologia do Instituto Butantan da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
c Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
d Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
e Núcleo de Medicina Tropical do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Acidente ofídico não é raro no Brasil e cerca de 65% são causados por serpentes do gênero botrhops. A mortalidade é baixa e depende de diversos fatores, entre eles, o tempo decorrido entre o acidente e o atendimento. Em praticamente todos os casos fatais observa-se presença de distúrbios da coagulação, sendo o óbito relacionado a injúria renal aguda (IRA), hemorragia, choque e sepse. Paciente masculino, 71 anos, hígido, deu entrada no Hospital Vital Brasil 2 horas após picada na mão por filhote do gênero Bothrops. Recebeu 3 ampolas de soro anti-Bothrops (Sab) e 1 litro de soro fisiológico 0,9% (SF 0,9%,). 12 horas seguintes evoluiu com hipotensão e tempo de coagulação prolongado sendo transferido para o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo com a hipótese de acidente botrópico grave. Recebeu mais 3 ampolas de Sab e noradrenalina por via periférica. Exames mostravam queda de 4,6 g/dL de hemoglobina; creatinina 1,69 mg/dL; TP e TTPa incoaguláveis, D-dimero > 10.000 ng/ml e fibrinogênio < 35 mg/dL. Evoluiu com tontura, vômitos e dor abdominal. Tomografia computadorizada (TC) de abdome mostrou moderada a grande quantidade de sangue no abdome predominando em espaços peri-hepático e periesplênico. Recebeu 1 concentrado de hemácias, 4 de plasma fresco congelado (PFC) e mais 6 ampolas de Sab. Devido à alteração do nível de consciência e instabilidade hemodinâmica foi entubado. Em um período de 9 horas, recebeu mais 4 unidades PFC e iniciada vasopressina devido à hipotensão refratária. Evoluiu com melhora nos dias subsequentes sendo extubado e desmamado drogas vasoativas. Mais 4 unidades de PFC e crioprecipitado foram transfundidos. Exames mostraram correção da coagulopatia e persistência da IRA. Equipe cirúrgica indicou conduta conservadora. Recebeu alta 5 dias após a admissão. TC de abdome no 15° dia mostrava aumento do hematoma peri-hepático com redução da densidade sugerindo ausência de sangramento agudo e de redução do hematoma pélvico e periesplênico. Apresentou correção da IRA e elevação de hemoglobina. 30 dias após TC abdome com redução do hematoma peri-hepático e desaparecimento do hematoma pélvico e periesplênico. O sangramento visceral no acidente botrópico é raro e geralmente ocorre no abdome, o prognóstico é reservado, com taxas de mortalidade consideráveis. A extensa hemorragia observada no presente caso pode ser atribuída a diversos fatores, como coagulopatia de consumo, plaquetopenia, disfunção plaquetária e ação direta das toxinas.

Palavras-chave:
hemoperitôneo acidente botrópico Bothrops serpente
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