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Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
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ESPOROTRICOSE DISSEMINADA EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE
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197
Isac Ribeiro Moulazb,
Corresponding author
isacmoulaz@gmail.com

Corresponding author.
, Juliana Duarte Gellerb, Yan Alves Gramachob, David Ferreira Ferraria, Aloísio Falquetob
a Incor ‒ Instituto do Coração USP; São Paulo, SP, Brasil
b Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
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Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

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Introdução

A esporotricose disseminada, rara em hospedeiros imunocompetentes, possui apresentações clínicas mais graves, maior carga fúngica e necessidade de terapia antifúngica sistêmica mais longa. Este trabalho objetiva apresentar um caso raro de esporotricose óssea disseminada em paciente imunocompetente.

Descrição do caso

Paciente masculino, 33 anos, usuário de crack, maconha, alta carga tabágica e alcoólica, morador de zona metropolitana. Iniciou febre persistente (40°C) um dia após acampar em floresta, sem sintomas associados. Após 20 dias, sofreu trauma laboral em hálux esquerdo que evoluiu com infecção secundária profunda. Concomitantemente, surgiram lesões papulares, hiperemiadas, diminutas, esparsas em pele que evoluíram em aproximadamente 4 dias para lesões maiores (4 a 7 cm), dolorosas, não pruriginosas, com halo eritematoso, aspecto descamativo, seco, centro necrótico e ulcerado, com drenagem purulenta. Não apresentou lesões genitais, corrimento uretral e linfonodomegalia. Fez uso tópico de neomicina e diversas antibioticoterapias, sem sucesso. Foi adimitido em nosso serviço dois meses após o início dos sintomas. RNM do pé esquerdo confirmou osteomielite no sítio da lesão de hálux, com múltiplos pequenos focos nodulares ≥1 cm esparsos pela medular óssea dos segmentos examinados, com hipersinal periférico, sinal intermediário em T1 e aspecto em alvo em T2, sem evidência de fraturas. RNM de corpo inteiro demonstrou lesões similares em vértebras e epífises bilaterais de ossos longos. O raspado de lesão cutânea evidenciou fungo dimórfico, com crescimento de Sporothrix em cultura. Hemoculturas (3) negativas. Sorologias para paracoccidioidomicose e histoplasmose negativas, VDRL reagente 1/64, demais sorologias negativas. Foi realizado tratamento com anfotericina B lipossomal 200 mg/dia por 30 dias (dose acumulada de 6g), evoluiu com IRA KDIGO 2, optando-se por transacionar tratamento para uso de itraconazol 200 mg 12/12h VO+anfotericina B lipossomal 3 frascos 3 × /semana em hospital-dia. Paciente evoluiu com melhora clínica progressiva.

Comentários

A esporotricose óssea, apesar de rara, pode acometer hospedeiros imunocompetentes. Para instauração desse quadro é teorizada a necessidade de depressão imunológica, ainda que momentânea e por vezes não identificada. É uma condição crônica, desafiadora, com tratamento prolongado, prognóstico ruim e possíveis sequelas, devendo ser prontamente identificada para diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Palavras-chave:
Esporotricose óssea
Esporotricose disseminada
Sporothrix
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The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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