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Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 97-98 (December 2018)
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Vol. 22. Issue S1.
11° Congresso Paulista de Infectologia
Pages 97-98 (December 2018)
EP‐124
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DETECÇÃO PROLONGADA DO VÍRUS DA FEBRE AMARELA NO SORO E URINA: UMA SÉRIE DE CASOS À LUZ DA BIOLOGIA MOLECULAR
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Ana Catharina Seixas S. Nastri, Luciana Vilas Boas Casadio, Fabio Gomes da C. Vilas Boas, Gabriel Fialkovitz Leite, Yeh‐Li Ho, Michele Gomes Gouvea, Anna Sara Shafferman Levin, Flair Jose Carrilho, João Renato Rebello Pinho, Fernanda Malta
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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Data: 19/10/2018 ‐ Sala: TV 4 ‐ Horário: 10:37‐10:42 ‐ Forma de Apresentação: E‐pôster (pôster eletrônico)

Introdução: O vírus da febre amarela (FA) causa uma febre hemorrágica viral endêmica e pode causar epidemias potencialmente fatais pelos fenômenos hemorrágicos. Embora exista uma vacina altamente eficaz, surtos de febre amarela ainda ocorrem ao redor do mundo. Desde o início de 2017, surtos de febre amarela foram notificados em várias áreas onde antes não havia risco, inclusive no Brasil.

Objetivo: Avaliar o tempo de detecção na urina e no sangue do vírus da febre amarela em pacientes internados no HCFMUSP que sobreviveram à doença.

Metodologia: Os pacientes admitidos no HCFMUSP foram avaliados diariamente quanto à presença do vírus da febre amarela no sangue e na urina através da RT PCR. Os demais exames avaliados foram coletados a critério da equipe assistencial.

Resultado: Cinco pacientes com melhor desfecho clínico apresentaram maiores valores de ALT do que AST no primeiro teste sanguíneo. Danos ao fígado, coração músculos e pâncreas podem causar aumento dos níveis de AST e os níveis menores podem refletir menores danos a esses órgãos. Por outro lado, pacientes com viremia prolongada e que necessitaram de hemodiálise apresentaram maiores níveis de AST em comparação com ALT. Entretanto, embora tais pacientes não apresentem grandes diferenças entre os valores de AST e ALT, houve uma rápida inversão dos valores com melhoria clínica concomitante. A viremia foi detectada por um mínimo de quatro dias e um máximo de 28 dias pós o início dos sintomas. Todos os pacientes foram infectados pelo genótipo South American I, subclasse 1E.

Discussão/conclusão: A FA apresenta três estágios: infecção, remissão dos sintomas e intoxicação, pode evoluir para quadro febril hemorrágico e múltiplas disfunções orgânicas. Classicamente a viremia sempre foi descrita somente na fase de infecção e geralmente ausente na fase de intoxicação. Entretanto, após o uso de métodos mais sensíveis para a detecção do RNA viral, a viremia prolongada em dois pacientes pode explicar até a maior gravidade desses casos e talvez seja possível que haja efeito direto e prolongado do vírus da FA no parênquima renal. De acordo com a OMS, a detecção do RNA viral na urina não é recomendada como método diagnóstico. Apesar disso, esse teste pode, sim, diagnosticar pacientes que não apresentariam mais o RNA viral detectável no sangue, embora também tenha, quadro clínico e epidemiologia compatíveis com FA, e fazer o diagnóstico diferencial com outras arboviroses.

The Brazilian Journal of Infectious Diseases
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