Journal Information
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 27. Issue S1.
XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia
(October 2023)
Full text access
CHOQUE SÉPTICO DECORRENTE DE ABDOME AGUDO PERFURATIVO CAUSADO POR INGESTÃO ACIDENTAL DE CORPO ESTRANHO: UM RELATO DE CASO
Visits
518
Camila Melo de Freitas
Corresponding author
milamelof@gmail.com

Corresponding author.
, Leticia Jacon Vicente, Camilla Leite Fernandes de Andrade, Cora Matildes Rocha Santos, Rodrigo Almeida Souza
Faculdade Pitágoras, Eunápolis, BA, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 27. Issue S1

XXIII Congresso Brasileiro de Infectologia

More info

A ingestão acidental de corpo estranho é um problema clínico comum nos serviços de atendimento de emergência. Aproximadamente, 20% evoluem com alguma intercorrência, 2% precisam ser retirados cirurgicamente e apenas 1% dos casos cursa com perfuração em algum ponto do trato gastrointestinal, gerando complicações, como formação de abscesso hepático, sangramento, obstrução e choque séptico. O objetivo deste trabalho foi descrever um caso de perfuração gástrica por corpo estranho alimentar e suas repercussões. Paciente sexo masculino, 33 anos, brasileiro, branco, previamente hígido, obeso, compareceu ao hospital com história de epigastralgia, náusea e febre, há 2 dias. Negou etilismo, tabagismo, cirurgias prévias e trauma. Na ultrassonografia abdominal, nenhum achado foi encontrado, sendo o paciente medicado e recebido alta hospitalar com orientações. Após cinco dias, retornou com queixa de piora da dor abdominal e febre, associada a anorexia e perda ponderal. Ao exame físico apresentava-se febril, taquicárdico, taquidispneico, hipocorado, ictérico, acianótico, sudoreico, má perfusão periférica, abdome globoso, rígido, com sinal de defesa, ruídos hidroaéreos diminuídos à ausculta, com sinais de peritonite, caracterizando um provável quadro de choque séptico, de foco abdominal. Ao realizar a tomografia computadorizada abdominal, observou-se coleções fluidas no lobo esquerdo hepático, perihepática e periesplênica, destacando-se estrutura linear calcificada, na margem inferior da coleção intra-hepática, podendo representar material ósseo ingerido que perfurou o estômago, com posterior bloqueio e coleções, possivelmente uma espícula de frango, já que paciente negou ingestão de peixe. O paciente foi submetido a uma laparotomia exploratória para a remoção do corpo estranho e drenagem da secreção, além de receber terapia antibiótica perioperatória, para o tratamento do choque séptico. Ao final do procedimento, colocou-se um dreno de Penrose visando manter a drenagem da secreção e incluiu-se dupla antibioticoterapia na prescrição, a fim de manejar o quadro séptico. O paciente teve um longo período de recuperação devido à infecção séptica e à presença de abscesso peri-hepático. A alta hospitalar só ocorreu após 23 dias, quando houve resolução da sepse e melhora da ferida operatória. Diante do relato, enfatiza-se a importância da investigação precoce e completa dos sintomas dos pacientes, com rápida intervenção, almejando minimizar os riscos de complicações graves.

Palavras-chave:
Choque séptico Sepse Abdome agudo
Full text is only aviable in PDF
The Brazilian Journal of Infectious Diseases
Article options
Tools